GABARITO COMENTADO.
Entre vários equívocos encontrados nesse exercício, o principal é o de querer que um menino escreva para o seu avô, com quem (pelo teor da carta) ele toda a intimidade, usando uma neblusa "norma culta" que, segundo a doutrina professada pela maioria dos livros didáticos, serve para os usos "formais" da língua.
A expressão "salada de pronomes" é pejorativa, preconceituosa e distorce para os alunos o que é a realidade de sua língua materna.
Achar que "passar para a norma culta" é "melhorar" um texto também é um grande equívoco pedagógico e sociolinguístico. A única forma linguística que talvez merecesse uma discussão(mas não uma condenação) em sala de aula seria "pra mim levar", que ainda é rejeitada por muitos falantes urbanos escolarizados, embora já seja usada sem problemas por uma elevada porcentagem de indivíduos altamente letrados, a ponto de já se caracterizar como um traço regional do português culto dos paulistanos, o que revela uma mudança linguística em processo que provavelmente culminará na aceitação dessa sintaxe no futuro. É esse tipo de discussão que se deve fazer num bom livro didático, junto, é claro, com apresentação da sintaxe padrão para eu fazer e o exame das questões sociocomunicativas envolvidas no uso de cada uma das variantes sintáticas.
Entre vários equívocos encontrados nesse exercício, o principal é o de querer que um menino escreva para o seu avô, com quem (pelo teor da carta) ele toda a intimidade, usando uma neblusa "norma culta" que, segundo a doutrina professada pela maioria dos livros didáticos, serve para os usos "formais" da língua.
A expressão "salada de pronomes" é pejorativa, preconceituosa e distorce para os alunos o que é a realidade de sua língua materna.
Achar que "passar para a norma culta" é "melhorar" um texto também é um grande equívoco pedagógico e sociolinguístico. A única forma linguística que talvez merecesse uma discussão(mas não uma condenação) em sala de aula seria "pra mim levar", que ainda é rejeitada por muitos falantes urbanos escolarizados, embora já seja usada sem problemas por uma elevada porcentagem de indivíduos altamente letrados, a ponto de já se caracterizar como um traço regional do português culto dos paulistanos, o que revela uma mudança linguística em processo que provavelmente culminará na aceitação dessa sintaxe no futuro. É esse tipo de discussão que se deve fazer num bom livro didático, junto, é claro, com apresentação da sintaxe padrão para eu fazer e o exame das questões sociocomunicativas envolvidas no uso de cada uma das variantes sintáticas.
Dúvidas? Ligue para a Professora Juliana Gouvêa e agende seu horário o quanto antes!
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