CUIDADO COM OS
GENÊROS
GENÊRO DISCURSIVO
ARTIGO DE
OPINIÃO.
O ARTIGO DE
OPINIÃO, assim como o editorial, tem um caráter opinativo, mas não expressa a
opinião do veículo em que está sendo divulgado e sim do articulista, por isso é
sempre assinado pelo autor que é o responsável pelas opiniões expressas.
Como o
objetivo principal do texto argumentativo é convencer o interlocutor, o autor
tem de expor seu ponto de vista (tese) e de justificar sua posição apresentando
razões (argumentos). Muitas vezes ele necessita reportar-se a diferentes vozes
para reforçar sua tese. Nesse momento, o professor poderá trabalhar o conceito
de polifonia, mostrando que um autor, para convencer seu leitor, vale-se da
opinião de autoridades no assunto que são inseridas no seu texto.
Redação
de gênero discursivo.
Aos
aspirantes a designers do jogo.
O que você precisa saber para ser um bom
designer de jogos? Tudo o que for
possível aprender. Isso pode assustar os mais sonhadores, mas é verdade. Mais
importante do que conhecer tudo dos universos fantásticos criados por
Tolkien e George Lucas, é necessário conhecer o que esses universos têm que os fazem ter tanto sucesso, o que os inspiraram e o que eles inspiram nos fãs. Isso quer
dizer que um bom designer de jogos
deve conhecer, acima de tudo, o ser humano, em especial o ser humano para quem se planeja
vender os jogos. São eles que devem
estar sempre no topo da lista de propriedades.
Para agradar esse público será preciso ter
mais do que uma história boa ou gráficos de última geração, um designer de jogo
não escreve livros, ele faz jogos, ele cria experiências. Esse é o diferencial
que jogos têm, a interatividade. Conseguir criar uma experiência interativa
engajante e imersiva é a chave para o sucesso nessa área e para isso, mais do que um diploma ou um curso superior completo,
é necessário ter experiência. A vida é a melhor fonte de inspiração que há, ela
deve ser explorada. Ideias boas
podem vir de qualquer lugar, jamais devem ser subestimadas.
Outro fator essencial que define um bom
designer de jogo é saber lidar com pessoas. Nenhum designer vai conseguir criar
um jogo marcante sozinho, ele precisa de um time e precisa saber trabalhar com
esse time da maneira mais produtiva possível. Para isso é preciso estar aberto
e atento aos feedbacks dos
integrantes do time, e se eles tiverem sugestões é sempre bom ouvi-las . É necessário ter humildade
quando receber críticas. Não importa o quão talentoso o designer seja, ele é a
pior pessoa possível para julgar o próprio trabalho, ele deve lembrar que ele
fez o jogo para outros.
Resumindo.
O bom designer de jogos está sempre aberto a conhecimentos de todas as áreas,
não se limita a experiências apenas de sua área de trabalho pois sabe que toda experiência é
valioso e acima de tudo, o bom
designer de jogo conhece o ser humano, tanto aqueles com quem ele trabalha
quanto aqueles para quem ele oferece seus jogos.
Comentário referente ao primeiro
parágrafo.
Evite repetições.
Substitua as
palavras. Utilize a seu favor pronomes como “esse”, “este” e “aquele”, cuja
função é fazer referência a termos anteriormente inseridos.
Notem ainda
no final do primeiro parágrafo na última linha SÃO ELES que devem estar sempre
no topo da lista de prioridades. Ocorre problema de concordância com o verbo
SER: Acompanhando “ o ser humano” da frase anterior, deveríamos ter. “É ele que
deve estar...”
Comentário referente ao segundo
parágrafo.
Virgulação.
Atenção ao
uso de vírgulas em enumerações e em advérbios intercalados (“.... e, para isso,
mais do que um diploma...”)
Nova grafia
O candidato
acertou ao utilizar a palavra “ideia”
já sem acento. É o que prevê a nova ortografia para os ditongos abertos em
posição paroxítona.
Comentário referente ao terceiro
parágrafo.
Estrangeirismo.
Ao usar
palavras de outra língua, procure destacá-las com aspas “feedback”
Acento Errado.
Não são
acentuadas as oxítonas terminadas em “i”,
mesmo quando a palavra é verbo seguido do pronome pessoal oblíquo átono.
Quarto parágrafo.
O termo
utilizado não é o mais adequado para indicar a conclusão. São mais bem-vindas
expressões como “portanto”, “nesse
sentido”, “dessa forma”, “de modo
que”, “assim”, entre outras.
Virgulação
A conjunção
“pois”, quando introduz a explicação de algo da oração anterior, deve ser
antecedida de vírgula. A conjunção “e”, ao relacionar duas orações de sujeitos
distintos, também pede a vírgula antecedida a ela.
ANÁLISE DA REDAÇÃO DO CANDIDATO REFERENTE AO
GENÊRO DISCURSIVO (CONSEGUIU CUMPRIR
COM A BANCA EXAMINADORA?)
OBSERVAÇÃO A
SER FEITA: EM RELAÇÃO À ARGUMENTAÇÃO SIM, APESAR DE ALGUMAS FALHAS GRAMATICAIS.
O texto traz
um desenvolvimento claro acerca da profissão escolhida: designer de jogos. Logo
na introdução, o candidato faz uma reflexão importante sobre o contraste que as
profissões geralmente implicam: não basta a um indivíduo ser fascinado por
elementos relativos a uma profissão. É preciso ter em mente que a carreira
profissional envolve fatores além do gosto pessoal. Essa opinião é bem
fundamentada com o exemplo sobre os filmes e livros de ficção de George Lucas e
J.R.R Tolkien, embora a linguagem do trecho mereça atenção.
O segundo parágrafo baseia-se na interação com
o diferencial apresentado pelos jogos, noção que, segundo o candidato, deve ser
tida como prioridade no trabalho do futuro profissional. O argumento é
pertinente, sendo trabalhado de forma coerente com a ideia inserida na
introdução sobre a relação do profissional com o seu público alvo. No entanto,
o candidato fala sobre a necessidade de ter experiência sem explicar ao leitor
o que compreende acerca dessa noção. Quando trabalhamos com palavras de
significados amplos e abstratos, é importante especificar ao leitor em que
sentido utilizamos o termo, para garante clareza à argumentação.
O terceiro parágrafo segue com um
posicionamento interessante sobre a necessidade de o designer saber lidar com
trecho tornam-no um pouco redundante, e a leitura um tanto cansativa. O texto
traz uma conclusão decorrente das ideias desenvolvidas, embora a linguagem prejudique
a fluência e a clareza.