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domingo, 24 de março de 2013

Não existe texto descartável. O que existe é a oralidade regional



      Observamos ao ler o Depoimento de D.Dirce. 

     Leia com atenção o texto abaixo. Em seguida, proceda à análise do texto, entendendo o que pensa quem nele se posiciona. 

        D. Dirce 

     Cê-acha que existe alguma cidade de dentro d' água que a gente num sabe? Se existe, talvez pode ir pra lá matar, entendeu? 
     Pesquisar como a gente pesquisa sobre a água, sobre os bicho que existe na água, entendeu? Eles também deve ter curiosidade sobre nós que vivemos aqui sobre a terra, entendeu? Pode pegar pra levar pra pesquisar. Porque a gente assim pequeno que vai tomar banho, de três, quatro ano, ele pega e leva pra fora.... pra água e ninguém nunca mais acha não! E talvez ele matasse....você falou certo.


     Talvez se ele matasse, ela boiava, né? Mas só que nunca ninguém encontrou, entendeu? Ele levou e desapareceu mesmo! Agora se encantou pra virar como eles, isso também [faz um ar de interrogação] eu num sei. Fica pontinho, pontinho e....sei não!  

(Depoimento de D.Dirce, para a obra Oralidade e Literatura, manifestações e abordagens no Brasil, organizado por Frederico Augusto Garcia Fernandes) 



OBSERVAÇÃO A SER CONSIDERADA PELOS USUÁRIOS DA LÍNGUA PORTUGUESA
Por isso, no processo de alfabetização, o agente alfabetizador precisa ter plena consciência de que nem tudo o que se escreve se pronuncia, nem tudo o que se pronuncia se escreve, e que a ortografia é um conjunto de símbolos, em boa medida arbitrariamente escolhidos, empregados para escrever, os quais, como todo símbolo, exigem um conhecimento prévio para          sua interpretação, uma iniciação, uma vez que seu significado não pode ser deduzido apenas de sua figura. Nem tudo que parece um O soa[o]. Por isso, a ortografia nunca deve ser considerada como um "retrato fiel" da língua falada. Também é preciso estar ciente de que não é a escrita que determina a fala, mas exatamente o contrário:  para tentar registrar a língua falada é que surgiu a escrita. E não  há nada na escrita que faça dela uma entidade supostamente mais importante e mais organizada do que a língua falada. Essa suposta importância é fruto exclusivo de fenômenos socioculturais e político-ideológicos relacionados à natureza grafocêntrica das sociedades ocidentais.


Dúvidas? Entre em contato com a Professora Juliana Gouvêa!

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